sábado, 16 de abril de 2011

Trabalho de psicologia (Os três tipos de aprendizagem) Nota: 14 valores




Ano lectivo: 2010/2011
Disciplina: Psicologia B



Os três tipos de aprendizagem

                                                                                                                                                              

Introdução

Segundo a aprendizagem associativa para se aprender tem de se associar estímulos e respostas ou associar estímulos. Existem dois tipos de aprendizagem associativa: o condicionamento clássico e o condicionamento operante.
O condicionamento clássico foi o investigado russo Ivan Pavlov quem, ao estudar os reflexos digestivos do cão, descobriu uma forma de aprendizagem presente nos seres humanos e noutros animais.
O condicionamento operante foi o investigador norte-americano Rufus Skinner que desenvolve uma experiencia que o vai conduzir à descoberta do modo como tantas das nossas aprendizagens se processam e se mantêm.
Para controlar as variáveis da experiencia, criou um dispositivo experimental que tem o seu nome, a “caixa de Skinner”, que apresenta um dispositivo automático que liberta o alimento quando accionado.
Muitos dos nossos comportamentos foram adquiridos ao longo do processo de socialização através da observação e imitação dos outros.
A aprendizagem por observação e imitação foi estudada por Albert Bandura que numa das suas experiencias ofereceu um boneco a uma criança e a criança não demonstrou nenhuma atitude violenta. Contudo, depois da criança assistir a um adulto a bater ao boneco imitou este comportamento.
Bandura confirmou que a experiência dos outros pode conduzir à aquisição de novos comportamentos.
Contudo, notou que algumas crianças não reproduziam o comportamento que observam. Concluiu que não basta observar e reter um comportamento para o imitar e que a fase de execução implica factores internos do próprio sujeito.
O condicionamento clássico, bem como os outros acabam por ter vantagens e limitações, porque o comportamento é em função do estímulo, o ensino deve fornecer estímulos adequados, o fornecedor que os tem que fornecer, a aprendizagem depende apenas dos estímulos. E no condicionamento operante, no ensino existe arranjo das contingências de reforço, o formador faz surgir um comportamento óptimo usando os estímulos e os reforços apropriados, diminui o papel do individuo enquanto construtor da própria aprendizagem, o reforço nem sempre funciona devido aos diferentes significados e consequências para cada um, apela à manifestação do ensino. Na aprendizagem por observação e imitação a aprendizagem pode ocorrer em situações sociais, mais nem todas as aprendizagens, um individuo não necessita de experimentar todos os passos e um comportamento mais complexo para aprender, muitos comportamentos podem ser facilmente ensinados por exposição ao modelo, os indivíduos intervém no processo da aprendizagem.
Dos três tipos de aprendizagem existentes a mais adequada para justificar o comportamento é a aprendizagem por observação e imitação é a mais adequada, porque muitas das coisas que nos aprendemos foi por vermos a alguém, como por exemplo quando aprendemos a escrever ou a falar.



Condicionamento clássico

O investigador foi Ivan Pavlov (1849-1936) que efectuo experiências com cães, essas experiências são o exemplo desta forma de aprendizagem. Pavlov observou que os cães salivavam quando as glândulas salivares se punham em contacto com a carne, o que classificou de reacção incondicionada. Depois os cães passaram também a salivar apenas por verem a carne. Esta reacção foi classificada de resposta condicionada, que teria sido aprendida. Pavlov pensou que essa aprendizagem era devido a uma associação de estímulos. Demonstrou esta hipótese com uma sequência de testes que tentou associar um estímulo neutro (ou seja, que não provocava qualquer resposta), o som duma campainha, com um estímulo incondicionado (carne, que provocava a resposta incondicionada da salivação). Após algumas associações, o som da campainha tornou-se num estímulo condicionado, pois à sua presença, os cães reagiam com a salivação, agora resposta condicionada.
O condicionamento clássico é um tipo de aprendizagem em que um organismo aprende a transferir uma resposta natural perante um estímulo, para outro estímulo inicialmente neutro, que depois se transforma em condicionado. Este processo dá-se através da associação entre os dois estímulos (incondicionado e neutro).
Para que o condicionamento clássico se gere deve-se apresentar primeiro o estímulo neutro e alguns segundos depois o estímulo incondicionado (o processo deve repetir-se diversas vezes), para que possa haver associação.
Outro conceito é o reforço, que significa o emparceiramento seguido dos estímulos condicionados e incondicionados, que ao não ser feita tende a fazer diminuir as respostas condicionadas, podendo levá-las até à extinção, ou seja até desaparecerem. Mas, algumas vezes poder-se-á dar uma recuperação espontânea, que é a recuperação da resposta condicionada, quando esta já se tinha extinguido por falta de associação dos estímulos.
A generalização consiste no aparecimento de respostas condicionadas perante estímulos parecidos, mas que não são iguais. A discriminação consiste na capacidade de distinguir estímulos semelhantes, produzindo a resposta apenas no estímulo correcto. Por exemplo, se o cão saliva ao ouvir um som idêntico ao da campainha original dizemos que generalizou a resposta. Se não saliva na mesma situação é porque discrimina os sons. Assim, a generalização é uma resposta à similaridade dos estímulos e a discriminação é uma resposta às diferenças entre eles.
Apesar das dificuldades aparentes na utilização deste tipo de aprendizagem na sala de aula é possível. Aprendem-se fundamentalmente emoções, tanto positivas como negativas, através do conhecimento clássico. Por isso é possível fazer com que os alunos juntem emoções positivas com a matéria leccionada, produzindo motivação para que o aluno aprenda. Por outro lado, também é possível provocar mal-estar entre os alunos na sala de aula. Esse mal-estar pode ser provocado devido a matéria dada pelo professor e isso faz com que os alunos não estudem.
Qualquer estímulo, sejam em pessoas, objectos ou actividades podem ser associados com estímulos que provoquem respostas emocionais. Esse é a capacidade do professor, o seu comportamento afectivo, a maneira de organizar as aulas, os métodos e técnicas educacionais que usa nas aulas podem criar emoções de bem-estar ou mal-estar nos alunos que ficarão associadas às matérias dadas e/ou ao próprio ensino em si. Deve também ter-se em conta os conceitos de generalização e de discriminação abordados antes, no respeito às aplicações práticas do condicionamento clássico no ensino.
As sensações agradáveis fazem com haja uma aprendizagem melhor, mas também existe um risco na aprendizagem por condicionamento clássico porque não é consciente e não há uma verificação sobre os estímulos. O principal responsável é o professor que deve-se preocupar em impossibilitar os estímulos desagradáveis e proporcionar os agradáveis.
Pode-se agir impedindo o desenvolvimento de reacções emocionais negativas nas situações escolares e na correcção, através do princípio da extinção (colocando o aluno na situação-problema garantindo-lhe que não será negativo), da extinção gradual (semelhante mas em pequenos passos de cada vez) ou através da contra aprendizagem (apresentando estímulos positivos perante a situação problema de forma a que passe a estar associada a uma sensação de bem-estar).
Deve passar o menos tempo possível nas intervenções de correcção, porque quanto mais se instalar um receio, mais difícil é fazer com que ele desapareça.





Figura 1 – Experiência de Pavlov com o cão.

Condicionamento operante

O condicionamento operante é o processo de aprendizagem do comportamento que implica acções deliberadas.
Skinner e Thorndike criaram experiências com animais. Thorndike formulou a seguinte lei: “qualquer acção que produza um efeito satisfatório será repetida”. Thorndike fechou gatos em caixas-problemas que, quando achavam a forma de destapar as caixas, aprendiam e repetiram o movimento cada vez que fossem colocados naquele sítio.
Foi no entanto Skinner que desenvolveu o conceito. O condicionamento operante descreve a correspondência entre o comportamento e as consequências. Uma resposta operante origina-se sem a presença de um estímulo incondicionado, ou seja é um comportamento voluntário. Será então um processo através do qual aprendemos a dar respostas de forma a evitar algo desagradável. Mas consequentemente a frequência das respostas depende das suas consequências.
O reforço é um acontecimento que resulta de um comportamento e que o desenvolve. Existem diversas formas de os classificar: se são primários (diz respeito a carências básicas – não aprendido) ou secundários (aprendido, podendo ser material ou social); se são internos ou externos (diz respeito ao reforço ser ou não ser próprio do comportamento que o criou); ou então se são positivos ou negativos.
O reforço positivo é um estímulo que tem consequências positivas, agradáveis, e que se segue a um dado comportamento. O reforço negativo é o sujeito que evita uma situação dolorosa. É a eliminação do estímulo que permite evitar a situação dolorosa.
Tanto o reforço positivo com o reforço negativo têm as mesmas consequências, como fortalecer, aumentar a ocorrência de um comportamento. Estes dois tipos de reforços aumentam a probabilidade que a resposta ocorra.
As consequências de um comportamento podem ser desagradáveis para o sujeito, o comportamento tenderá a desaparecer. Ou seja, também se consegue verificar o comportamento através dos efeitos negativos. É o caso do castigo.
Existem dois tipos de castigos. O castigo de tipo I, que consiste na apresentação de um estímulo negativo depois de emitido o comportamento que se quer que desapareça. O castigo de tipo II afecta a eliminação de um estímulo agradável.
Ao contrário do reforço, que implica sempre desenvolvimento no comportamento, o castigo ensina a não fazer algo e a eliminar uma resposta.
Deve haver uma proporcionalidade razoável entre o reforço e o comportamento. Um programa de reforço contínuo torna o comportamento fácil de adquirir, mas também fácil de desaparecer. O reforço intermitente pode ser dado consoante o intervalo de tempo entre cada reforço (que por sua vez podem ser de duração fixa ou variável) ou então consoante o número de acções realizadas – programas de razão – que também podem fixos ou variáveis. Quanto ao castigo, apesar de apresentar inconvenientes, o educador não os pode ignorar, para não existirem mais tarde males maiores, como por exemplo, quando se ultrapassa de forma clara as normas assumidas por todos, se falta ao respeito à autoridade com actos inaceitáveis para a maioria ou se danifica propriedade alheia ou pública intencionalmente.
No entanto o castigo deve ser imediato, não combinado. Não deve ser fraco nem forte, mas sim o suficiente. Deve-se ser proporcional à falta em causa e fazer algo sempre que esta ocorra. Os critérios devem ser claros para que o sujeito saiba claramente porquê está a ser castigado e para que não o volte a repetir. Deve-se acabar com o castigo assim que ele tenha o efeito desejado.





Figura 2 – Skinner.



Caixa de Skinner
Skinner realizou a maior parte das suas experiências com animais inferiores, principalmente com o rato branco. Desenvolveu o que se tornou conhecido por "Caixa de Skinner" como aparelho adequado para estudo animal. Tipicamente, um rato é colocado dentro de uma caixa fechada que contém apenas uma alavanca e um fornecedor de alimento. Quando o rato aperta a alavanca sob as condições estabelecidas pelo experimentador, uma bolinha de alimento cai na tigela de comida, recompensando assim o rato. Depois de o rato ter fornecido essa resposta o experimentador pode colocar o comportamento do rato sob o controle de várias condições de estímulo. O comportamento pode ser gradualmente modificado ou modelado até aparecerem novas repostas que não fazem parte do repertório comportamental do rato. Êxito nesses esforços levou Skinner a acreditar que as leis de aprendizagem se aplicam a todos os organismos. Em escolas, o comportamento de alunos podem ser modelados pela apresentação de materiais em cuidadosa sequência e pelo oferecimento das recompensas ou reforços apropriados. A aprendizagem programada e máquinas de ensinar, são os meios mais apropriados para realizar aprendizagem escolar. O que é comum ao homem, a pombos e a ratos é um mundo no qual prevalecem certas contingências de reforços.





Figura 3 – Experiência de Skinner com o rato.

Aprendizagem por observação e imitação

A aprendizagem por observação foi estudada por Albert Bandura (1925-1998), que desenvolveu várias experiências para fundamentar a sua teoria.

Segundo Bandura, a aprendizagem social ocorre pela observação dos comportamentos daqueles com quem convivemos (pais, amigos, professores). Bandura designa por modelação ou modelagem o processo de aprendizagem social feito com base na observação e imitação sociais.
É observando e imitando que as crianças aprendem a falar e a brincar, como por exemplo às casinhas ou aos polícias e ladrões. O adolescente aprende com os outros a gostar da roupa que quer comprar e ganha hábitos de fumar ou ir à discoteca. Também o adulto imita os outros nas roupas que escolhe, na preferência por determinadas marcas de automóvel, no tipo de férias que escolhe e na forma como educa os filhos.

A ideia-chave das percepções de Bandura é que as pessoas podem aprender tão bem directamente como indirectamente.
Por exemplo: um empregado que ganha um prémio pelo seu desempenho profissional está a ser reforçado pelo seu comportamento positivo e tenderá a mantê-lo no futuro (aprendizagem por reforço directo). Os colegas de trabalho tenderão a proceder como ele porque viram que o bom desempenho é apreciado (aprendizagem por reforço indirecto). Isto significa que aprender com o que acontece aos outros é uma via de aprendizagem de grande número de comportamentos, atitudes e sentimentos sociais.



Figura 4 – Criança a aprender a escrever com a ajuda da mãe.
Factores que influenciam a aprendizagem por observação:
- A proximidade com o modelo;
- O peso afectivo do modelo;
- A pertença de género e da idade (é mais frequente a imitação de modelos entre pessoas do mesmo género e com idades próximas);
- Estatuto dos modelos;
- A atenção.





Figura 5 – Albert Bandura.





Semelhanças e diferenças entre os três tipos de aprendizagem

Concluindo, quanto às diferenças entre os dois tipos de condicionamento:
- Clássico: sujeito é passivo e involuntário, havendo associação de estímulos.
- Operante: o sujeito é activo, voluntário, havendo relação entre a resposta-consequência.
Quanto às semelhanças, ambos são formas de aprendizagem, aumentando a resposta com reforços, e a extinção só acontece quando o reforço é suspenso.


Quadro síntese:
Tipo de Aprendizagem
Condicionamento Clássico
Condicionamento Operante
Aprendizagem Social
Procedimento
Um estímulo neutro (campainha) é associado a um estímulo não condicionado (comida).
Um comportamento é seguido de uma recompensa (reforço positivo/negativo) ou de uma punição.
O observador presta atenção ao modelo e aprende um comportamento.
Resultados
O estímulo neutro torna-se em estímulo condicionado e desencadeia uma resposta condicionada (salivação).
A frequência da ocorrência do comportamento aumenta ou diminui.
O observador aprende uma sequência de comportamentos que realiza quando quer (não está sujeito a qualquer condicionamento).
Exemplo
O som da campainha provoca a salivação.
O rato na caixa de condicionamento e capaz de aprender a accionar uma alavanca para conseguir o alimento, evitando os choques eléctricos.
Depois da observação dos comportamentos violentos é muito provável que os observadores tenham igualmente comportamentos agressivos.


Conclusão
Com a realização deste trabalho foi possível aprofundar melhor o tema e ficar mais informado. Assim, com a investigação torna-se mais fácil compreender a diferença entre condicionalismo clássico e operante, descobrir as experiencias de Pavlov, Skinner e Bandura através de documentos e vídeos.
Tem-se expandido muito o estudo do condicionamento operante, não apenas usando ratos, mas também animais de outras espécies e ainda seres humanos. A aplicação prática que se tem feito dos estudos experimentais deste condicionamento é baseada na eficácia da administração sistemática de recompensas ou reforços a um organismo, quando queremos que ele apresente certas reacções.
Podemos concluir assim que, enquanto o condicionamento clássico inclui uma resposta já estabelecida através de outro estímulo anterior, o operante não necessita de nenhuma resposta dada anteriormente. No condicionamento clássico o resultado não depende das acções do sujeito, no operante certamente irá depender. Enquanto o condicionamento clássico influi na mudança de opiniões, definindo gostos e objectivos, o condicionamento operante influi nas mudanças de comportamento perante um objectivo.
A aprendizagem por observação e imitação é a que descreve melhor os nossos comportamentos, porque muitas das coisas que fazemos é por observação e imitação dos outros. Por exemplo, aprendemos a falar e a escrever por observação directa foi através dos nossos professores, dos nossos pais e também através de outras pessoas que conviveram com a criança. A maior parte do que aprendemos ao longo do tempo foi através do contexto social, ao longo de um processo de socialização, observando e imitando os outros. Com a observação podemos aprender diversas coisas. Nos dias de hoje observa-se muito esta aprendizagem porque um individuo adquire novos comportamentos quando observa outra pessoa, assim uma pessoa pode aprender um comportamento que passa a fazer parte do seu quadro de respostas. Mas nem todos os indivíduos que observam comportamentos agressivos mais tarde reproduzem-nos, porque cada individuo possui um conjunto de competências que permitem a aprendizagem e o desenvolvimento. Assim, a observação do outro permite-lhe adquirir competências por modelação social. Segundo as experiencias de Bandura, “a aquisição de conhecimentos através do processamento cognitivo da informação”.



Bibliografia
·         González-Pérez, J., Criado, M.J. (2003). Psicologia de la Educacion para una Enseñanza Prática. Madrid. Editoral CCS.
·         Monteiro, Manuela Matos (2010). Psicologia B – 12ºano – Ser humano – 2010, Porto Editora, Porto



















Índice

Introdução ---------------------------------------------------------------------------------------- Página 1
Condicionamento clássico ------------------------------------------------------------------- Página 3
Condicionamento operante ------------------------------------------------------------------ Página 5
Aprendizagem por observação e imitação ----------------------------------------------- Página 8
Semelhanças e diferenças entre os três tipos de aprendizagem ---------------- Página 10
Conclusão -------------------------------------------------------------------------------------- Página 11
Bibliografia -------------------------------------------------------------------------------------- Página 12